31 agosto 2006


" I don't understand a God that would allow us to meet when there's no way
we could ever be together."

City of Angels

Uma Voz na Pedra

Não sei
se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
António Ramos Rosa

27 agosto 2006

“Sometimes I’m feel gonna break down and cry” – Queen

19 agosto 2006

Para ti... ;)

Um dia disse-te que, em algum momento, deixaria aqui umas palavrinhas para ti.
Tu replicas-te e disseste-me que não eras merecedora de tal, mas como eu sou mais teimosa que tu e como não concordo com a tua afirmação aqui está o meu insignificante gesto perante a maravilhosa pessoa que tu és.
Tudo isto que vivemos e à qual chamamos vida, quotidiano, dia-a-dia, ou seja lá o que for, não faria sentido para mim se não o vivesse desperta e se não encontra-se Seres que me arrebatam e me conquistam por aquilo que são e ao qual chamo Amigos e com os quais posso partilhar o bom e o mau incondicionalmente.
E tu surgiste...naturalmente, com a palavra e o gesto presente, com o afecto sentido, desprendido, com o olhar na hora certa, com a racionalidade na minha emoção, com a sabedoria nas palavras que partilhamos e com muito e muito mais, que simplesmente não me é possível enumerar porque não existe palavras para tal.
Quando se encontra alguém tão bonito assim à que lutar para que tudo floresça, nada murche, e muito menos, que morra no tempo ou na distância...digo isto porque sinto presente a tua gota de água na imensidão de tudo, gota essa que faz a diferença em mim, que me desperta quando adormeço acordada, me faz sentir viva e não somente deambulante..
Fazes-me bem, fazes-me acreditar, querer e crer...sonhar também!
Mais importante, fazes-me crer na palavra Amizade e em tudo o que esta engloba, desde a presença, a partilha, a alegria, o respeito,o Amor...eu sei lá, é um sentimento tão grande e tão forte que apenas insisto e luto para que ele viva e permaneça em mim...que tu permaneças!
Palavras e mais palavras, outras tantas palavras, aqui ou noutro sitio qualquer, todas elas insignificantes, um nada num todo...Qualquer ou quaisquer palavras minhas são nada quando apenas sinto e gosto do que sinto e do que me fazes sentir.
Tudo, por vezes, parece demasiado complicado, mas acho que tudo é de uma simplicidade tão extrema que essa é que nos assusta e faz complicar aquilo que é tão simples como é o "acto" de Amar.
Mas somos mesmo assim,complicados,medrosos, por vezes conflituosos, almas desesperadas na busca incessante da felicidade e do bem-estar, que está muitas das vezes presente em nós, mas que simplesmente não a vivemos...não sei...o medo parece por vezes mais simples de viver...um refúgio, um abraço e está resolvido...upssss, sorry...um desabafo :))
Obrigado Amiga...obrigado pelo Ser fantástico que és, por fazeres parte da minha vida e por me deixares fazer parte da tua.

Adoro-te...
Incondicionalmente!

Su


O "Mundinho"

Existem pessoas que fazem questão de andar com o mundo às costas...
Vivem os seus supostos problemas como se da terceira grande guerra mundial se tratasse ou como se fosse o anunciar dos seus últimos suspiros, sendo a vida alheia mais aliciante, pois, perante os seus olhos, estas comungam pelo pecado e este é sempre mais apetecivel à curiosidade e à coscuvelhice.
O "mundinho" destas pessoas, nada mais é que um conjunto de falsidades vividas por elas mesmo em torno da mesquinhice e da ignorância e em torno de uma vida postiça que estas aclamam como verdadeira e edilica, mas que em minha opinião não passa de um teatro de fantoches onde o primordial destas personagens plásticas e frias é o desejo de terem dois segundos de atenção, que seja, de modo a sentirem que ainda respiram.
Quando a família não é um pilar, a amizade não passa da troca de favores, o colega de trabalho é apenas mais um entre outros igualmente inferiores, a hierarquia um estádio de suposta felicidade a ser alcançado a qualquer custo, quando o diálogo é banido,o monologo é adoptado, no menu do dia consta a maldade, a intriga, a leviandade e onde a mentira é servida como entrada...
Que integridade, honestidade e imparcialidade encontramos nestes seres, que acordam e adormecem quotidianiamente olhando para os seus umbigos fazendo destes o centro do universo?
Nem sei o que dizer!
Somente apetece-me gritar-lhes aos ouvidos:
- Fo**-**, acordem! Façam algo,de uma vez por todas, que não tenha a ver com a vida de outros!

Su

17 agosto 2006

Ácidula...

Fria (fiquei assim!)

Estranha

Confusa, perplexa

Tremenda tontura

Ignóbil sentimento (o meu!)

Inquieta...Ininterrupto pensar, ingénuo

Dor crónica

Áspera, vil

Derrocada sórdida, derrota desleal, desmedida

Emotiva...Enferma...Esquecida

Su

São nós que dificilmente se desfazem...
Nós na garganta
Nós no estomâgo
Nós deambulantes
Nós imersos em pensamentos
Ata...Ata-me!
Um nó...dois nós!
Aperta-me...
Na força dos teus braços...adormeçida
Há nós que não se desfazem...
Eternos
Eruptivos
Eróticos
Anestésicos

Su
Enigmática, Ambigua

Silenciosa, Discreta

Translúcida, Difusa

Reminiscência que pemanece...

Esquiva, Epidémica, Embriagada...Emotiva

Lutadora, Leal, Latejante...Linda!

Assim é...Ela!

Su

09 agosto 2006



Não vou por aí! Mas... talvez apareça.

Su

07 agosto 2006

Abrigaste-me num dia de chuva, ofereceste o teu lar e o seu calor...café quente partilhámos

A noite acolheu-nos, arrancámos risos e bocejos, lágrimas de alegria...tristezas afugentámos

Lá longe, linda como sempre, a Lua observa a dança das palavras, a sinfonia dos gestos

Vê, escuta, dialoga no silêncio e ama como só ela sabe amar

(Amo-a, como só eu sei amar!)

A escuridão instala-se, quente e vermelho o fogo afága os rostos, o estalar da braseira denuncia o
silêncio breve

As mãos tocam-se, entrelaçam-se

Os olhos fixam-se, fundem-se

Dois Seres, uma cumplicidade

Adormeçe, a longa e cansada noite

A Lua mingua, atenta

As palavras, correm apressadamente

O cansaço, é seta de flecha apontada

(Tenho sono!)

Antes de adormecer

Quero dizer...

Adoro-te!


Su

Foste embora e levaste o pouco que ainda permanecia em mim...

Como seria se o nosso riso fosse um só?

Como seriam aquelas manhãs entre lençois onde tudo e nada se resumia a nós?

Como seria a rotina onde o teu beijo era único todos os dias?

Como seria?

Não sei!

Não sei! Não deixaste que eu descobrisse!

(Já nem sonho!)

Como foi possível?

Como foi impossível permaneceres?

Como foi possível tomares um rumo que eu desconheço e do qual não sou protagonista?

Parece impossível aquilo que sinto...dói tanto que parece irreal, ficticio

Como foi possível ensinares-me novas palavras e o seu significado?

O que são elas agora?

Nada! Insignificantes!

Escondidas em mim...

Impossível acreditar, querer acreditar...conseguir acreditar!

Será possível esquecer...esquecer-te?

Acordar e adormecer sem sentir a tua presença em mim?

Tudo parece igual, semelhante...abstracto e frio

(Estou zangada!)

Porque é que me deixaste sonhar?

Porque é que exististe na minha vida?

Raios!

Alguem sabe como arrancar tudo isto de dentro de mim?

Alguem sabe fazer o tempo parar...aqui e agora...neste instante?

Alguem sabe como apagar tudo isto?

(Eu não sei!)

Estou zangada...

Su