30 outubro 2006

Estes momentos de ausência dói tanto
É como um punhal cravado em mim
Fere, trucida, tira-me o pouco fôlego que ainda sustenho
Dói pensar, dói sentir
O desejo de querer ter-te no meu abraço, mata
Sonolenta caminho
Atrevo-me a sonhar
Mas por quanto tempo ainda?
Constrou a ponte entre duas existências
Renasçe um sentimento
Alimento a ilusão, a esperança, a realidade existente
Transformo as horas em sorrisos, escondo as lágrimas
Liberto a imensidão de tudo na presença dos amigos
Corro, fujo, percorro, caminho, guio, conduzo
Para aonde?
Para a incerteza do infinito

Que nos acolhe comodamente
Aquele colo quente onde a mão é tua, somente tua
Perco-me, adormeço
Choro mais uma vez
Interminável olhar perdido...

Su

24 outubro 2006

23 outubro 2006

" O Mundo tem demasiados botões..."

20 outubro 2006

"Porque me negas o que não peço?"

Alberto Caeiro

18 outubro 2006

Quando surges...parece impossível!
(Sinto que vou explodir a qualquer momento!)
Quando tudo se conjuga...parece impossível!
(Sinto que os meus olhos vão chorar!)

14 outubro 2006


Os mapas dizem-nos onde nunca iremos...

Já sei onde estamos!

O olhar é um pensamento, é luz, é cor, é vida...

Transmite as formas recônditas de um ser em toda a sua plenitude.

São rugas, são sulcos, são marcas do tempo, das experiências, do trabalho e de

florescimento da pessoa enquanto indivíduo.

Vê-se um sorriso, contrário da solidão e do sofrimento.

Vê-se um olhar, grandeza do ser, do sentir e do alento.

São rostos de semblante carregado, mas que transpiram vida e nos ensinam que

importa viver hoje, porque o ontem já era, e o amanhã, quem sabe?!...

Porque o que é verdadeiramente incólume é desistir do sopro da vida e da

alegria de um sorrir...

Quão sublime é sentir num olhar a voz do coração e a alma a suspirar...

Paulo Moreira

09 outubro 2006

Quando tudo se resume a nós…
Quando as palavras flúem…
Os gestos entrelaçam-se…
Quando Amar resume-se à nossa dança…
À sinfonia de dois corpos despidos…suados
Perdidos…Apaixonados
Fulgurante bater de dois Seres…Um só
Olhos despertos, sentidos…
Vivos em ti…
Quando a lágrima cai…
Seca, inexistente…Inócua
Quando o grito é o clamar do prazer…
Apogeu…Inimaginável
Quando tu não tens tempo de não seres …
Quando eu não tenho tempo de não ser tua…
Quando…
Ser é tão simples!

Su

07 outubro 2006

Escava em silêncio na memória que amo
Amo...
Penetra em sofridos e mudos lânguidos em mim
Grito...
Corrompe o quotidiano ferozmente
Amordaço-me...
Afiadamente crava as lembranças em meu corpo
Dói...
Magoa a saudade!

Su

05 outubro 2006

Fugaz


Nuvens sobriamente pinceladas de azul
Baloiçam tranquilamente, ancoradas
Vagueiam perdidas e vagas

Corre apressadamente, fugidio
Escrevi sublime entre dois espaços
Utópico, submerso, evasivo
Mutuam abraços

O silêncio irrompe
Ambíguo, antagónico
Atravessa, trespassa frio, fere
Magoa...e morre...

Su

03 outubro 2006

Perdão se pelos meus olhos não chegou
mais claridade que a espuma marinha,
perdão porque meu espaços
e estende sem amparo
e não termina:
- monótomo é meu canto,
minha palavra é um pássaro sombrio,
fauna de pedra e mar, o desconsolo
de um planeta invernal, incorruptível.
Perdão por esta sucessão de água,
da rocha, a espuma, o delírio da maré
- assim é minha solidão -
saltos bruscos de sal contra os muros
de meu ser secreto, de tal maneira
que eu sou uma parte do inverno,
da mesma extensão que se repete
de sino em sino em tantas ondas
e de silêncio como cabeleira,
silêncio de alga, canto submergido.

Pablo Neruda - Últimos Poemas -

Podia voltar a dizer que é estranho...
Mas o que é estranho, quando estranho é eu estranhar estranho ?
Su